quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

AS COMISSÕES INTRA HOSPITALARES DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS PARA TRANSPLANTES: UM NOVO CAMPO PARA O EXERCICIO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL


 A inserção dos Assistentes Sociais no processo de doação, captação e transplantes de órgãos na Bahia, tem apresentado resultados expressivos, esse processo é resultado do reconhecimento social da profissão e por um conjunto de necessidades que se definem... a partir da Política local de transplantes. A atuação do Serviço Social na Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes do Hospital Geral Roberto Santos, tem como eixo central a Educação e Saúde através da promoção de ações de educação continuada junto aos diversos grupos de usuários, familiares e profissionais da unidade. Este trabalho tem por objetivo apresentar considerações introdutórias a respeito da inserção do Assistente Social no Processo de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, mediante um relato de experiência das ações desenvolvidas pelo Serviço Social, na CIHDOTT/HGRS, especificamente na coordenação do programa de educação continuada desta comissão. É um estudo descritivo de um relato de experiência da Assistente social no processo de doação de órgãos e tecidos para transplantes na CIHDOTT/HGRS, especificamente na coordenação do programa de Educação Continuada desta comissão, no período compreendido entre julho 2008 a julho de 2010. As principais dificuldades encontradas durante o exercício profissional estão relacionadas a precariedade do sistema de saúde, a desqualificação do cuidado, ao elevado número de recusas, ao descrédito e ao desconhecimento da questão pelos profissionais de saúde, ao desconhecimento da família e da equipe sobre o conceito de morte encefálica, a carga horária insuficiente para o desenvolvimento das ações e a falta de produção cientifica na área de serviço social e doação de órgãos. Para enfrentar essas dificuldades desenvolvemos algumas estratégias de enfrentamento tais como: o alinhamento com a política local de transplantes, a definição do papel do Assistente Social na CIHDOTT, a elaboração e implantação de um programa de educação em saúde, a identificação de demandas para o serviço, a identificação e formação de parcerias, a visibilidade das ações da CIHDOTT entre os diversos grupos de saúde do HGRS, abertura de campo de estágio na área de Serviço Social e formulação das bases para outras categorias profissionais, treinamento/sensibilização com os diversos grupos do HGRS, articulação com instituições e projetos que atuam na área, a implementação de ações com vistas a melhorar a qualidade da assistência ao potencial doador e a sua família. As Comissões Intra Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes se constituem como um novo campo do exercício profissional, onde as ações desenvolvidas se forem pautadas na garantia dos direitos dos usuários do SUS e nos princípios da Reforma Sanitária, podem contribuir diretamente para a causa do Transplante.
O processo de doação de órgãos e tecidos do Hospital Geral Roberto Santos, maior hospital da rede SUS do Norte e Nordeste, é tema de um trabalho acadêmico apresentado recentemente no Congresso Luso-Brasileiro de Transplantes, realizado na cidade de Coimbra, em Portugal. O trabalho, único das regiões Norte e Nordeste do Brasil a figurar na programação oficial do evento, também foi mostrado, em forma de pôster, no Congresso Europeu de Doação de Órgãos na Croácia.
De acordo com a assistente social Elisângela de Souza Santos, que apresentou o trabalho em Coimbra ao lado do médico José Roberval Ferreira de Oliveira, coordenador da Comissão de Revisão de Óbitos (CRO) do Hospital Roberto Santos, a comunicação oral "O processo de doação de órgãos e tecidos: a experiência do Hospital Geral Roberto Santos" foi uma construção em equipe, a partir da experiência da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT).
"Trata-se de um estudo de caso, de caráter exploratório descritivo com abordagem qualitativa, cujo objeto de estudo foi o processo de doação de órgãos e tecidos no HGRS", afirma a profissional. Ainda segundo Elisângela, o trabalho é fruto da dissertação de mestrado do Programa de Políticas Públicas, Gestão do Conhecimento e Desenvolvimento Regional da Uneb - Universidade do Estado da Bahia - e deverá integrar, em forma de resumo, o conteúdo de uma publicação especializada em transplantes na Itália.
Elisângela de Souza Santos também ostenta, em seu currículo, trabalhos apresentados em Portugal, Espanha, Argentina e em eventos nacionais e locais, a exemplo dos Congressos Brasileiro e Baiano de Serviço Social e Congresso Brasileiro de Transplantes.
B.F. - DRT/Ba 1158
/hgrs/portugal
 

RECUSA FAMILAR PARA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS  NA BAHIA.


As altas taxas de recusa familiar na Bahia estão relacionadas a vários fatores, principalmente à falta de informação sobre a doação e transplante. A fragilidade das informações veiculadas pelos grandes meios de comunicação como o rádio e a televisão no estado, ou até em outras formas de comunicação é insuficiente e não permitem a comunidade criar conceitos positivos a respeito da temática, ocasionando dúvidas para a tomada de decisão da família quanto à doação. O trabalho na área de doação de órgãos vai muito além de recursos humanos e materiais. Este é uma construção permanente, cotidiana, constituindo-se em um desafio, enfrentado por todos profissionais do sistema de saúde. Entretanto, para compreender melhor os desafios que são postos para a Bahia, é necessário reconhecer que os resultados desse quadro têm uma origem multifatorial.

A IMPORTANCIA DA INFORMAÇÃO NO PROCESSO DOAÇÃO - TRANSPLANTES E AS REPERCUSSÕES NO PROGRAMA DE TRANSPLANTES NA BAHIA.
 
A falta de conhecimento em torno do processo de doação - transplante, dos princípios éticos e legais, bem como dos resultados da efetividade dos transplantes realizados na Bahia demonstram a ausência de uma política de comunicação eficaz. Em geral as informações veiculadas pelo sistema estadual de transplantes discutem a importância do ato de doar órgãos, entendido como gesto altruísta e solidário, porém não são viabilizadas informações concretas sobre as etapas do processo de doação, as orientações éticas e legais que norteiam esse processo, bem como os resultados efetivos dos transplantes.

 

PORQUE SERVIÇO SOCIAL E DOAÇÃO DE ÓRGÃOS?


O Assistente Social enquanto membro da equipe de saúde tem papel importante no processo de doação, haja vista que sua intervenção é necessariamente articulada com ações que efetivem o direito social a saúde. Nesse sentido, o entendimento sobre política de saúde e o desenvolvimento de ações pautadas na garantia dos direitos dos usuários, podem favorecer diretamente o processo de doação de órgãos e tecidos para transplantes.

Eu resolvi voltar...

Olá pessoas...

Eu resolvi voltar a publicar neste blog, vocês não tem idéia do número de emails que recebo de pessoas que querem informações sobre o tema. Fiquei surpresa e muito sensibilizada pelo alcance desse material que no inicio tinha pretensão apenas de fomentar uma discussão em uma disciplina especifica de um curso de graduação em Serviço Social na cidade de Salvador.
Após a repercussão desse blog resolvi que preciso retomar essa discussão porque já terminei meu mestrado, sigo como curiosa e pesquisadora na área e decidi que tenho muito a contribuir para minha categoria profissional e para o mundo da doação- transplantes.Nesse sentido estarei trazendo novos elementos para essa discussão.

Elisangela Santos